O Papel dos Compostos Naturais na Prevenção da Dengue: Cuidados e Controle

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A Dengue é uma doença viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti e representa um desafio significativo para a saúde pública em diversos países, especialmente no Brasil. Neste artigo, exploraremos estratégias de cuidados, prevenção e tratamento da dengue, destacando o uso potencial de óleos essenciais, como o óleo de cravo e alecrim, como complemento na proteção contra a doença.

Conforme o Ministério da Saúde, “A dengue faz parte de um grupo de doenças denominadas arboviroses, que se caracterizam por serem causadas por vírus transmitidos por vetores artrópodes. No Brasil, o vetor da dengue é a fêmea do mosquito Aedes aegypti (significa “odioso do Egito”). As evidências apontam que o mosquito tenha vindo nos navios que partiam, primordialmente, da África com escravos. No Brasil, a primeira epidemia documentada clínica e laboratorialmente ocorreu em 1981-1982. Desde então, a dengue vem ocorrendo de forma continuada (endêmica), intercalando-se com a ocorrência de epidemias, geralmente associadas à introdução de novos sorotipos em áreas indenes (sem transmissão) e/ou alteração do sorotipo predominante, acompanhando a expansão do mosquito vetor.”

SINAIS E SINTOMAS DA DENGUE

A dengue é uma doença febril que pode ser séria, mas geralmente é temporária e autolimitada. Ela pode se apresentar de duas formas: Dengue Clássica e Dengue hemorrágica, sendo esta última caracterizada por sangramentos nas gengivas, e nas fezes, como resultado da diminuição das plaquetas. As plaquetas são fragmentos celulares que circulam na corrente sanguínea e são responsáveis pela coagulação. Após a fase crítica, o paciente entra na fase de recuperação, mas em alguns casos, a doença pode se agravar, levando a complicações graves que podem ser fatais.

Todas as faixas etárias são igualmente vulneráveis à dengue, mas certas pessoas, como mulheres grávidas, lactentes, crianças (especialmente aquelas com menos de 2 anos) e idosos, correm maior risco de desenvolver complicações graves. Se você sentir febre repentina (entre 39°C e 40°C) acompanhada de dor de cabeça, fadiga, dores musculares ou articulares, e dor nos olhos, é crucial buscar assistência médica imediatamente. Além disso, após o período febril, é importante ficar atento a sinais de alerta que podem indicar uma deterioração da condição, como:

  • Dor abdominal intensa e contínua;
  • Vômitos persistentes;
  • Acúmulo de líquido em certas partes do corpo;
  • Tontura ao levantar;
  • Letargia ou irritabilidade;
  • Aumento do tamanho do fígado;
  • Sangramento de mucosas;
  • Aumento progressivo do hematócrito.

Embora a maioria das pessoas se recupere totalmente, algumas podem desenvolver complicações graves, inclusive casos fatais. No entanto, é importante destacar que a maioria das mortes por dengue pode ser prevenida, dependendo da qualidade dos cuidados médicos e da organização dos serviços de saúde.

TRANSMISSÃO

O vírus da dengue é transmitido principalmente pela picada do mosquito Aedes aegypti infectado. A transmissão vertical (da mãe para o filho durante a gravidez) e a transmissão por transfusão de sangue são casos raros. O Aedes aegypti se desenvolve em áreas tropicais e é transmissor de doenças como a Dengue, a Zika e a Chikungunya.

PROLIFERAÇÃO

A fêmea do Aedes aegypti coloca seus ovos na parede dos recipientes logo acima da linha da água parada. Nesses locais, os ovos permanecem aderidos, com potencial de desenvolvimento, por mais de 365 dias. Em condições favoráveis de clima (calor e umidade), esses ovos eclodem, liberando as larvas que evoluem até o mosquito adulto. A água corrente e clorada é capaz de varrer os ovos que estão aderidos em superfícies diversas, impedindo que se transformem em larvas, porém, nos locais onde há água parada, as larvas se desenvolvem.

DIAGNÓSTICO

O diagnóstico da dengue geralmente é feito com base nos sintomas apresentados, não sendo necessário realizar exames específicos para o tratamento. No entanto, existem testes laboratoriais disponíveis para confirmar a presença do vírus ou dos anticorpos.

CUIDADOS E PREVENÇÃO

A vacina contra a dengue foi incluída no Sistema Único de Saúde (SUS) em dezembro de 2023, representando uma ferramenta importante na prevenção da doença. O Brasil é o primeiro país a disponibilizar essa vacina gratuitamente. Embora a vacinação seja essencial, o controle do mosquito Aedes aegypti continua sendo a principal estratégia de prevenção não só para dengue, mas também para outras doenças como Chikungunya e Zika.

A melhor forma de prevenir a dengue é eliminar os criadouros do mosquito Aedes aegypti. Isso inclui evitar o acúmulo de água parada em recipientes, como pneus, vasos de plantas e garrafas vazias. Também é importante manter as caixas d’água e os reservatórios bem fechados, para evitar a entrada do mosquito. Além disso, é essencial utilizar repelentes para se proteger contra as picadas do mosquito. Os repelentes mais utilizados são aqueles que contêm DEET, icaridina ou óleo de citronela. No entanto, é importante ler as instruções de uso e seguir as recomendações do fabricante, especialmente em relação à aplicação em crianças e gestantes.

AGENTES DE CONTROLE

O controle do Aedes aegypti envolve a aplicação de produtos químicos inseticidas, além dos cuidados de prevenção. No entanto, o uso excessivo desses produtos pode levar ao surgimento de populações de mosquitos resistentes, podendo causar danos ao meio ambiente e à saúde humana.

Como alternativa, mais estudos científicos estão sendo realizados, e demonstram o uso de plantas medicinais com propriedades inseticidas e larvicidas. A utilização de extratos de plantas oferece diversas vantagens, incluindo menor toxicidade e uma redução dos impactos ambientais e econômicos, em contraste com os produtos químicos convencionais utilizados atualmente.

A aplicação de inseticida, também conhecida como “controle químico”, tem o objetivo de eliminar mosquitos adultos e diminuir o risco de transmissão nas áreas com confirmação de casos humanos de arboviroses (Dengue, Zika e Chikungunya).

O controle químico deve, se possível, ser evitado, principalmente quando existem alternativas que apresentam benefícios. A diretriz nacional do Ministério da Saúde (MS) para o controle do Aedes aegypti, orienta que “é fundamental o uso racional e seguro dos inseticidas nas atividades de controle vetorial, tendo em vista que seu uso indiscriminado determina impactos ambientais, além da possibilidade de desenvolvimento de resistência dos vetores aos produtos”.

Repelentes ambientais e inseticidas podem ser utilizados desde que cumpram as regras de registro na Anvisa e sejam obedecidos todos os cuidados e precauções descritas nos rótulos dos produtos. Dessa forma, os produtos utilizados no combate e/ou no controle da população do mosquito Aedes aegypti geralmente são de dois tipos:

INSETICIDAS

Indicados para matar os mosquitos adultos, são encontrados principalmente na forma de spray e aerossol. Os inseticidas possuem substâncias ativas que matam os mosquitos.

O inseticida disponibilizado pelo Ministério da Saúde, atualmente, para o controle químico do mosquito da dengue é o Malathion. De acordo com o MS, este produto é utilizado porque o mosquito já se apresenta resistente a outros inseticidas, como o Lambdacialotrina. Os compostos presentes nos inseticidas organofosforados, e piretroides, não são recomendados pois causam graves efeitos prejudiciais para o sistema nervoso central e periférico. Além de provocar náusea, vômito, diarreia, dificuldade respiratória e sintomas de fraqueza muscular em humanos. Esses compostos também são tóxicos para outros animais, como aves, abelhas, mamíferos, peixes etc.

A aplicação do inseticida químico, popularmente conhecido como “fumacê”, em condições ideais de aplicação (vento inferior a 6 km/h, temperatura e pressão atmosférica adequadas e aplicado ao amanhecer ou anoitecer), elimina, no máximo, 80% dos mosquitos que se encontram naquele momento, no perímetro onde a borrifação alcança. Após sua aplicação, o inseticida se deposita no solo, sendo drenado para a água, causando poluição ambiental. Além disso, o inseticida lançado no ambiente através de borrifação não será seletivo para mosquitos da dengue podendo atingir pássaros, abelhas, borboletas e outros animais, inclusive, predadores dos próprios mosquitos que, no ecossistema em equilíbrio, ajudariam a manter a população do Aedes aegypti sob controle.

REPELENTES

Apenas afastam os mosquitos do ambiente, podendo ser encontrados na forma de líquidos, espirais e pastilhas utilizadas, por exemplo, em aparelhos elétricos ou queima. Os repelentes utilizados em aparelhos elétricos ou espirais não devem ser utilizados em locais com pouca ventilação nem na presença de pessoas com alergias respiratórias. Mas podem ser utilizados em qualquer ambiente desde que estejam, no mínimo, a dois metros de distância das pessoas.

Os repelentes de uso tópico devem ser aplicados nas áreas expostas do corpo e por cima da roupa, se necessário. E devem ser reaplicados de acordo com a indicação de cada fabricante, ou em caso de suor excessivo ou contato com água. Além do N,N-Dietil-m-toluamida (DEET), princípio ativo mais eficaz encontrado em repelentes no Brasil, são utilizadas as substâncias Hydroxyethyl isobutyl piperidine carboxylate (Icaridina ou Picaridina) e Ethyl butylacetylaminopropionate (EBAAP ou IR 3535), além de óleos essenciais, como Citronela, por exemplo.

COMPOSTOS NATURAIS NA PREVENÇÃO DA DENGUE

Entre os esforços para reduzir as doenças transmitidas por mosquitos, como a malária e a dengue, os Óleos Essenciais (OE) estão se tornando cada vez mais populares como alternativas naturais aos repelentes sintéticos, como DEET e Icaridina.

Estudos científicos têm investigado a ação e o potencial de diferentes óleos essenciais na prevenção da dengue, principalmente como larvicidas mais adequados ao meio ambiente. Ainda em 2010, Santos e colaboradores, comprovaram a boa atividade larvicida do limoneno, composto encontrado na casca de frutas cítricas como limões e laranjas, contra o Aedes aegypti. Identificando um aumento da potência larvicida entre aqueles com grupamentos químicos mais lipofílicos, com afinidade por componentes oleosos. Estes compostos cítricos são utilizados atualmente como aditivos aromatizantes em alimentos para o consumo humano, e cosméticos, sendo considerados seguros e efetivos.

Um dos óleos essenciais promissores, que tem sido estudado no Brasil quanto à sua eficácia na prevenção da dengue, é o óleo de Alecrim (Rosmarinus officinalis). Estudos mostraram que o óleo de alecrim diluído na água de possíveis criadouros e vasos de plantas pode ajudar a repelir o mosquito Aedes aegypti. A pesquisa realizada pelo Centro Universitário de Brasília (CEUB), informa que a aplicação de 5ml (uma colher de chá) de extrato feito com 200g de alecrim em um litro de álcool 96º pode ser uma das alternativas para combater o mosquito Aedes aegypti. O estudo da Professora Dra. Francislete Melo e da estudante de ciências biológicas, Clerrane Santana, do Centro Universitário de Brasília (CEUB) – destaca o poder das plantas no combate a esse mosquito, em complemento aos inseticidas químicos convencionais.

Segundo o CEUB, os resultados do estudo foram promissores. O extrato de Alecrim (Rosmarinus officinalis), nas primeiras 12 horas, demonstrou ser um larvicida mais eficiente do que a água sanitária, com taxa de mortalidade de 85% em comparação aos 78% do controle convencional. A pesquisadora destaca que a aplicação caseira dos extratos de plantas, como o Alecrim, apresenta uma estratégia complementar, natural e de baixo custo para o controle das larvas do mosquito. “Os resultados abrem caminho para a implementação de métodos mais sustentáveis e eficientes no combate ao Aedes aegypti, contribuindo para a redução das doenças transmitidas por esse vetor e para a preservação do meio ambiente”.

Um estudo realizado em 2023 na China, avaliou sete óleos essenciais, de plantas comercialmente disponíveis, contra mosquitos da espécie Aedes quanto ao seu tempo de proteção completa (CPT, min) in vivo. Entre os OEs com maior eficácia em repelir mosquitos, estavam o óleo de cravo e o óleo de patchouli. Para os 2 OEs, o eugenol foi o principal componente ativo com mais de 80% em quantidade relativa do óleo de cravo. Descobriu-se ainda que o óleo de cravo conferiu proteção completa mais longa do que o óleo de patchouli contra a espécie comum de mosquito. Estes resultados sugerem o uso de OEs como repelentes seguros e altamente potentes para uso diário contra doenças transmitidas por mosquitos, como a malária e as arboviroses, que incluem os vírus da dengue, zika, chikungunya e febre amarela.

Já uma pesquisa da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Minas Gerais e da Fundação Ezequiel Dias (Funed) demonstrou a eficiência do uso dos óleos de orégano e de cravo para matar as larvas do mosquito Aedes aegypti. Em contato com o criadouro, os óleos essenciais matam as larvas em até 24 horas. O estudo é um desdobramento de outra pesquisa, que testa o uso de produtos naturais para combater diversos tipos de vírus. O orégano e o cravo foram selecionados após análise de mais de 20 plantas potenciais.

Estes estudos demonstram os efeitos dos óleos essenciais em repelir pelo odor (desagradável ao mosquito) além de atuar como larvicida contra o mosquito transmissor da dengue. Por isso, pensando em proteger sua casa naturalmente, você pode cultivar algumas plantas aromáticas que afastam os mosquitos e ainda podem servir na alimentação, no aroma e na beleza do seu lar! Veja alguns exemplos:

– Citronela (Cymbopogon winterianus)

A Citronela é uma planta medicinal rica em óleos essenciais como, por exemplo, o linalol, citronelol, citronelal, geraniol e o cis-calameneno. Apresenta propriedades repelentes para insetos, antibacteriana, aromatizadora e calmante. É uma planta aromática, com cerca de 1 m de altura, formada por folhas longas, que quando amassadas liberam um forte cheiro que é desagradável para os mosquitos, repelente. Podemos ainda destacar sua atividade contra larvas do mosquito Aedes aegypti e atividade antimicrobiana local e acaricida, contra micro ácaros da poeira do ar que são responsáveis por alergias respiratórias.

Na aromaterapia é utilizada para ajudar a manter a concentração e melhorar o humor. Pois quando seus óleos essenciais são exalados ajudam a promover o relaxamento.  A Citronela é uma planta de grande importância econômica, muito usada na composição de produtos repelentes, sabonetes, velas, desinfetantes e inseticidas. Por ser considerada como um bioinseticida, a Citronela não deve ser jamais consumida por via oral e nem o seu óleo essencial deve ser aplicado puro sobre a pele.

Os efeitos colaterais que podem surgir durante o uso da citronela quando aplicada sobre a pele, são vermelhidão, coceira, irritação, inchaço ou manchas na pele. Esses efeitos colaterais são reações alérgicas, sendo importante lavar o local com bastante água, interromper o uso e procurar ajuda médica. Além disso, o uso da citronela pode causar efeitos colaterais graves ou anafilaxia em pessoas alérgicas que poderão necessitar de atendimento médico imediato.

No seu jardim as folhas de Citronela frescas devem ser coletadas entre 7h e 11h da manhã, horário em que há maior concentração de óleo essencial. O repelente de citronela pode ser preparado com as folhas da planta ou com o seu óleo essencial.

Repelente de folhas frescas de Citronela: cortar algumas folhas, picar ou amassar levemente e colocar em recipientes abertos, espalhar pela casa e trocar diariamente. Outra forma de usar as folhas de Citronela como repelente é ferver as folhas da planta com água, e pulverizar a solução pela casa.

Repelente com óleo essencial de Citronela: adicionar a um borrifador 10 a 15 gotas do óleo essencial de citronela para cada 30-50 mL de água. Agitar bem antes de usar sobre a pele ou no ambiente;

– Capim-limão (Cymbopogon citratus)

O capim-santo, também conhecido como capim-limão, capim-cheiroso ou capim-cidreira, é uma planta medicinal rica em citral, limoneno e geraniol.  Apresenta ação antioxidante, que combatem o excesso de radicais livres e ajudam a prevenir infecções, gastrite e pressão alta. O capim-limão também contém quantidades importantes de mirceno, um composto bioativo com propriedade analgésica, que ajuda a aliviar dores leves, como dor de cabeça e dor muscular.

Sobretudo, por conter quantidades importantes de flavonoides e taninos, compostos com ação antioxidante e anti-inflamatória, o capim-limão pode auxiliar no tratamento da gastrite, neutralizando e diminuindo a acidez no estômago e ajudando no tratamento do refluxo. Além disso, ele também apresenta propriedade bactericida, ajudando no tratamento contra o Helicobacter pylori – bactéria que vive no estômago e causa gastrite, úlcera péptica e até alguns tipos de câncer. O capim-limão tem um aroma agradável parecido com limão e pode ser utilizado no preparo de chás, compressas, sucos, bolos ou geleias. Já o seu óleo essencial é comercializado em lojas de produtos naturais e pode ser usado como cicatrizante e também pode ser aplicado na pele (diluído) para tratar feridas e micoses.

Compressa de capim-limão: mergulhar um pedaço de gaze ou pano limpo no chá de capim-limão e aplicar sobre a ferida ou região dolorida. Deixar atuar por pelo menos 15 minutos;

Óleo essencial de capim-limão: misturar 3 gotas do óleo essencial em 1 colher de sopa de óleo vegetal, como coco, jojoba ou azeite, e aplicar sobre a micose ou ferida. Deve-se evitar a exposição ao sol por até 6 horas após a aplicação deste óleo, para evitar irritação na pele.

O óleo essencial de capim-limão também pode ser usado como repelente de insetos ou aromatizante de ambientes, basta adicionar de 3 a 5 gotas desse óleo em um difusor/borrifador.

Alecrim contra a Dengue - Blog Quanti

– Alecrim (Rosmarinus officinalis)

O alecrim é uma espécie vegetal bem difundida no Brasil com origem na região do Mediterrâneo. Conhecido popularmente como alecrim de cheiro, alecrineiro, erva da alegria e rosmaninho. Possui propriedades analgésicas, anti-inflamatórias e ação cicatrizante, graças a presença de substâncias bioativas como taninos, saponinas e compostos fenólicos diversos. Os compostos antioxidantes como ácido rosmarínico, carnosol e epirosmanol, apresentam efeitos sobre a peroxidação lipídica. Já o Ácido carnósico, tem função antimicrobiana e o ácido micromérico, possui ação anti-inflamatória.

As folhas são a principal parte utilizada do alecrim, que é considerado uma planta medicinal, ou seja, capaz de curar ou aliviar sintomas de doenças. Dessa forma, é possível utilizar a planta para a obtenção de fitoterápicos, que são produtos com finalidade terapêutica, obtidos de ingredientes vegetais (de uma ou mais espécies). Nesse caso, a planta passa por um processo de industrialização ou manipulação.

Por sua propriedade anti-inflamatória e antiespasmódica, o alecrim ajuda no combate a problemas gastrointestinais, como azia, cólicas, flatulências e diarreia. O alecrim pode influenciar na melhora da memória e da concentração, pois ajuda a manter em funcionamento um neurotransmissor chamado acetilcolina. Pesquisas indicam que o alecrim reduz a degradação desse neurotransmissor importante para o desempenho da memória.

Devido a suas propriedades antivirais e bactericidas, o alecrim também pode ser benéfico para tratar sintomas de gripe, problemas respiratórios e tosse. O alecrim pode ser consumido in natura, ou seja, colhido diretamente do pé e higienizado. Pode ser utilizado na forma de chás a partir de suas folhas em infusão, favorecendo a diminuição da ansiedade e do estresse.

O chá de alecrim ainda ajuda a melhorar a digestão, diminuir a retenção de líquidos e melhorar a circulação de sangue, além de combater o cansaço mental. Ele também pode ser utilizado em banhos de assento contra candidíase, por exemplo, por possuir ação antimicrobiana e antifúngica. Já a tintura de alecrim é uma preparação hidroalcóolica que pode ser obtida das folhas frescas ou secas. É utilizada para diminuir a acidez estomacal, auxiliar na má digestão, contra os gases e a distensão abdominal.

Além de todos estes benefícios, vamos relembrar o importante efeito larvicida do extrato de alecrim no combate ao mosquito Aedes aegypti. Segundo o CEUB. o extrato é rico em compostos fenólicos, conhecidos por suas propriedades larvicidas. Sendo recomendado usar o extrato de alecrim nos ralos de pia e chuveiros, assim como nos pratinhos de plantas. Porém, essa mistura tem ação comprovada na morte de larvas, não afastando os mosquitos adultos, ou seja, não atuando como repelente.

Então, como fazer o seu extrato de Alecrim?

Ingredientes:

  • 200 g de alecrim seco, ou fresco, macerado;
  • 1.000 ml de álcool etílico 96ºGL.

A mistura deve ficar cerca de sete dias em maceração antes de ser utilizada. Protegida da luz e do calor intenso (utilizar vidro âmbar ou vidro protegido com papel alumínio). Depois de uma semana o álcool ficará esverdeado e deve-se coar a mistura para descartar o resto das folhas embebidas. Obtém-se então o líquido puro. A próxima etapa é deixar o recipiente semiaberto (protegido) para evaporação do excesso de álcool, de quatro a cinco dias, para obtenção de um extrato mais grosso, concentrado. A recomendação é aplicar cerca 5 ml da mistura (aproximadamente uma colher de chá) em cada reservatório de água para impedir que o mosquito chegue à fase adulta.

Vale lembra ainda, que suas folhas podem ser utilizadas para temperar alimentos ou fazer preparações quentes para dar sabor a carnes, pães, manteiga, azeite ou batatas, sem perder suas propriedades nutricionais. Dessa maneira, além de fazer parte importante na culinária global, o alecrim pode ser encontrado em diferentes formulações cosméticas como cremes, óleos, pomadas, ou até ser utilizado como uma planta medicinal, um fitoterápico.

– Melissa (Melissa officinalis)

Também conhecida popularmente como cidreira, erva-cidreira verdadeira, cidrilha e chá-da-França. Bem adaptada ao Brasil, é muito cultivada para fins medicinais e alimentícios. Suas principais indicações são: sedativa, ansiolítica, antidepressiva, antioxidante, antiepiléptica, antimicrobiana, analgésica, antinociceptiva, antiviral, antiespasmódica, miorrelaxante, anti-inflamatória, hipoglicêmica, hipolipidêmica, antiangiogênica, hipotensora, reguladora do ciclo menstrual e como coadjuvante no tratamento da Doença de Alzheimer.

Apesar de conhecida por suas propriedades calmantes, a melissa contém óleos essenciais como citral, neral e geraniol, que ajudam a repelir os insetos. É de fácil cultivo e atrai abelhas, borboletas, beneficiando a polinização do seu jardim.

– Manjericão (Ocimum basilicum)

o manjericão também é conhecido como manjericão-de-folha-larga, manjericão doce, alfavaca, alfavaca doce, basilicão e erva-real. É uma erva aromática rica em óleos essenciais, como geraniol, eugenol e linalol, além de ter quantidades significativas de taninos, saponinas e flavonoides, com propriedades antiespasmódica, digestiva, diurética, sedativa e antioxidante, que ajudam a prevenir e combater gripes, pressão alta, infarto ou insônia.

As folhas do manjericão também são usadas na culinária pelo seu sabor único, na forma de chás, banhos, cataplasmas ou óleos essenciais; por suas propriedades anti-inflamatórias antibacterianas, além de ser uma fonte de antioxidantes. Fácil de cultivar, atrai abelhas, é benéfico para o ambiente e ainda atua como aromatizante e repelente de mosquitos.

– Lavanda ou Alfazema (Lavandula angustifolia)

Também conhecidas como lavanda inglesa, alfazema (português de Portugal), rosmaninho, lavanda fina e lavandula. São pequenos arbustos perenes do gênero Lavandula, da família Lamiaceae. Apresentam flores em tonalidades azuis com violeta, reunidas em densas inflorescências terminais em formas de espiga. Exala um aroma suave e floral. A espécie prefere regiões mais frias e de alta altitude.

Sua denominação Lavandula deriva do latim lavare, que significa lavar. Era o aditivo para o banho preferido pelos gregos e romanos, na Antiguidade. Atualmente, seu óleo essencial ainda é muito utilizado para perfumar e acalmar, além de ser amplamente empregado na indústria de perfumes, sabonetes e cosméticos. Utilizada como calmante suave e digestiva, combate as cólicas, indigestão, gases intestinais, além de controle da ansiedade e do estresse.

Muito utilizada como planta ornamental e aromática para decorar jardins, suas flores são utilizadas na culinária, assim como na elaboração de doces. Além de suas conhecidas propriedades relaxantes, utilizadas em aromaterapia para alívio do estresse e indução do sono, a lavanda também atua como repelente de mosquitos e traças devido ao seu óleo essencial que contém linalol e acetato de linalila.

– Orégano (Origanum compactum)

Também conhecido como manjerona-baiana, manjerona-selvagem, oregão, ouregão, mejorana silvestre (espanhol). O orégano é uma planta perene, fácil de manter e que pode ser utilizado em diversas receitas, culinárias e medicinais. Promove diferentes benefícios para a saúde devido à sua ação antibacteriana, antioxidante, antifúngica, anti-inflamatória e anti-histamínica. Ajudando a combater gripes e resfriados, melhorar a digestão e controlar o colesterol.

Essas propriedades medicinais se devem principalmente ao fato de o orégano ser rico em carvacrol, ácido ursólico e timol, que são compostos fenólicos com ação antibacteriana, anti-inflamatória e antioxidante. Dessa forma, o orégano pode ser utilizado para combater fungos, vírus e bactérias, prevenir o desenvolvimento de algumas doenças crônicas e ainda favorecer a perda de peso.

A parte normalmente utilizada do orégano são suas folhas, que podem ser utilizadas tanto frescas quanto desidratadas, para temperar alimentos. Além disso, podem também ser consumidas na forma de chá, para preparar xaropes ou como óleo essencial. O orégano fornece alimento e habitat para insetos benéficos (os predadores de pulgões, moscas e traças) e polinizadores de todos os tipos, inclusive abelhas, que gostam de se alimentar de suas flores ricas em néctar. Além disso, o cheiro forte de orégano funciona como um repelente natural e confunde as pragas ajudando na proteção de hortas, árvores frutíferas e da sua casa!

– Louro (Laurus nobilis)

Também conhecido como loureiro, louro-comum, laurel (inglês e espanhol), lauro (espanhol). O louro é uma planta muito utilizada na culinária, mas também possui propriedades medicinais importantes, sendo por isso, utilizado no tratamento de problemas digestivos, infecções, estresse e ansiedade, por exemplo.

A parte normalmente utilizada do louro são suas folhas, na forma fresca ou desidratada, de onde são extraídas substâncias como taninos, flavonoides, alcaloides, linalol, eugenol, metil chavicol e antocianinas, com propriedades medicinais anti-inflamatórias, diuréticas, antioxidantes, digestivas e antirreumáticas. As folhas de louro, são ricas em potássio, magnésio e vitaminas B6, B9 e C, possuindo ação diurética, antifúngica, anti-inflamatória, digestiva, estimulante, antioxidante e expectorante. Estudos apontam que a folha de louro possui substâncias capazes de controlar a diabetes, melhorando a sensibilidade à insulina, hormônio responsável pelo transporte do açúcar do sangue para as células do corpo.

Além disso, as folhas de louro também são uma ótima opção de repelente natural. O cheiro forte que elas exalam é desagradável para mosquitos, formigas e outros insetos (como baratas), garantindo que eles passem longe da sua casa. Dessa forma, além de afastar os insetos, as folhas de louro ainda deixam sua casa mais cheirosa e podem trazer benefícios para a saúde pois possuem efeito calmante, refrescante e antisséptico.

– Sálvia (Salvia officinalis)

Também conhecida como salva, erva-santa, sálvia-comum, sálvia-das-boticas ou sálvia-rubra, faz parte da família das mentas, Lamiaceae. É uma planta herbácea perene, nativa da região mediterrânea. Desde os tempos antigos, a sálvia tem uma longa história de uso medicinal e culinário. A palavra “sálvia” deriva do latim “salvere”, que significa “curar” ou “salvar”. Refletindo sua importância como uma planta com propriedades medicinais.

Cultivada em diversas regiões do mundo devido às suas propriedades benéficas, os egípcios e os romanos, já reconheciam as virtudes curativas da sálvia e a utilizavam para tratar uma ampla gama de doenças. Os antigos gregos também valorizavam a sálvia e acreditavam que ela promovia a sabedoria e a longevidade. A Sálvia possui princípios ativos com propriedades anti-inflamatórias, antibióticas, antifúngicas, adstringentes, antiespasmódicas, estrogênicas, hipoglicêmicas e tônicas. De acordo com um estudo realizado na Universidade de Bristol, o extrato de Sálvia pode aumentar a performance cognitiva, apresentando resultados superiores ao uso do café, por exemplo. Pesquisadores também encontraram evidências de que a Sálvia é eficaz no controle de alguns estados da doença de Alzheimer.

A Sálvia possui um cheiro forte terroso, que ajuda a repelir os mosquitos e outros insetos. Na agricultura orgânica ela é utilizada no controle de pragas da Mariposa do repolho, por exemplo.

– Tagetes (cravo-de-defunto)

Conhecido também como cravo de defunto, o odor é extremamente forte, além de ser um ótimo repelente para os mais diversos insetos e pragas. As Tagetes são flores versáteis, conhecidas por sua beleza e benefícios únicos. Essas flores pertencem à família Asteraceae e são originárias da América Central e do Sul. As Tagetes são amplamente apreciadas em jardins, vasos e canteiros de todo o mundo por suas diferentes variedades e cores vibrantes.

Elas são conhecidas por suas propriedades repelentes naturais, sendo usadas tradicionalmente para afastar insetos indesejados no jardim. Seu aroma forte e característico ajuda a afastar pragas como moscas, mosquitos e nematoides, tornando-as uma excelente escolha para proteger sua casa e outras plantas do ataque de insetos.

Além de suas propriedades repelentes, as Tagetes também são importantes na medicina tradicional por suas propriedades medicinais antimicrobianas e anti-inflamatórias. Dentre os benefícios para a saúde, as Tagetes possuem compostos antioxidantes, como flavonoides e carotenoides, que ajudam a combater os radicais livres e reduzir o estresse oxidativo no organismo. Além de contribuir para a proteção das células e para a prevenção de doenças relacionadas ao envelhecimento.

Suas flores podem ser utilizadas na preparação de chás, extratos e óleos essenciais para auxiliar no alívio de problemas respiratórios, dores de cabeça e até mesmo para cuidados com a pele. As Tagetes são altamente atraentes para abelhas, borboletas e outros polinizadores importantes para o ecossistema. Além de trazer beleza e benefícios ao seu ambiente.

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– Cravo-da-Índia (Syzygium aromaticum)

Conhecido também como cravo, cravinho-da-índia, craveiro-da-índia, cravoária, cravo-girofle e cravo-da-índia-aromático. É uma especiaria que cresce no botão floral da árvore. Os cravos têm sido utilizados como tempero desde a antiguidade, motivando a troca de mercadorias e inúmeras viagens de navegadores europeus para o continente asiático. Na China, os cravos eram usados não só como condimento, mas também como antisséptico bucal, era mascado para prevenir o mau hálito.

Seus efeitos medicinais compreendem o tratamento de náuseas, flatulências, indigestão, diarreia, têm propriedades bactericidas, e são também usados como anestésico e antisséptico para o alívio de dores de dente. É utilizado pela medicina Ayurvédica, para tratamentos respiratórios, transtornos alimentares e como um anódino (analgésico) para emergências odontológicas. Possui propriedades antissépticas e antibióticas.

O eugenol representa 72-90% do óleo essencial extraído do cravo-da-índia, e é o principal composto responsável ​​pela ação e pelo seu aroma. O eugenol apresenta propriedades antissépticas e anestésicas. Outros importantes componentes do óleo essencial de cravo-da-índia incluem acetil eugenol, beta-cariofileno e vanilina, ácido cratególico, taninos como a bicornina, ácido galotânico, salicilato de metila (analgésico), os flavonóides eugenina, canferol, ramnetina e eugenitina; triterpenóides como ácido oleanólico, estigmasterol e campesterol e sesquiterpenos. Ele também é extremamente rico em nutrientes, contendo vitaminas C, E e K, fibras, manganês e cálcio.

O cravo-da-índia é muito versátil sendo usado como matéria-prima na indústria farmacêutica, cosmética e odontológica. Além de seu uso como tempero, ingrediente de bolos e doces, bebidas, e até mesmo como remédio natural devido a sua ação antisséptica. O principal motivo do cravo ser usado em doces deve-se à sua ação repelente contra as formigas. Esta prática ainda é comum onde, devido à grande quantidade de formigas, depositam-se cravos-da-índia nos açucareiros a fim de repelir esses insetos. Atualmente tem o seu uso comprovado como método alternativo para o controle de doenças e pragas na agricultura, visando minimizar os danos causados por agentes químicos ao meio ambiente e à saúde pública.

Vários estudos demostram que o óleo essencial de cravo-da-índia possui uma forte ação de repelir insetos. Dentre eles, está o mosquito da dengue. No Brasil, desde 2011, circula uma receita natural indicada pelas secretarias de saúde. Um excelente repelente caseiro de cravo-da-índia para o mosquito da dengue, que pode ser utilizado por adolescentes e adultos, incluindo as mulheres grávidas. Difundido na cultura popular, e muito utilizado por pescadores, o repelente feito com o cravo-da-índia é rico em óleo essencial e eugenol, apresentando propriedade inseticida que afasta mosquitos, moscas e formigas.

Afinal, como preparar seu repelente caseiro de cravo-da-índia?

Ingredientes:

  • 500 ml de álcool de cereais ou etílico 96ºGL
  • 10 g de cravo-da-índia
  • 100 ml de óleo de amêndoas, mineral, coco, semente de uvas ou outro de sua preferência para a pele.

Modo de preparo:

Coloque o álcool e o cravo-da-índia em um frasco escuro (âmbar) com tampa e ao abrigo da luz por quatro dias. Mexa esta mistura duas vezes por dia, de manhã e à noite. Após esse período, coe os cravos e junte o óleo corporal, agitando de forma constante. Então, coloque o repelente obtido em um recipiente spray ou de dispersão para aplicação direta na pele.

Modo de uso:

Aplique algumas gotas ou pulverize o repelente caseiro em toda a região do corpo exposta ao mosquito, como braços e pernas, e reaplique sempre que necessário, principalmente após praticar esportes, suar, ou se molhar. Dessa maneira, o tempo de duração do efeito repelente na pele é de 3 a 4 horas. Mas atenção pois o repelente pode causar reação em peles mais sensíveis aos componentes do cravo, e em crianças menores de 2 anos de idade. Nestes casos, os pesquisadores sugerem colocar um algodão embebido com o repelente em um recipiente aberto perto do berço ou da cama do bebê.

Como vimos, no combate à dengue, você pode usar sua criatividade! Assim, além de fazer o seu próprio repelente de uso tópico, você pode ousar e combinar diferentes plantas, no seu jardim ou varanda, para obter um efeito ainda mais eficaz no ambiente.

No entanto, é importante ressaltar que a prevenção com os óleos essenciais não substitui as medidas de cuidados tradicionais, como a eliminação dos criadouros do mosquito, e o uso de produtos seguros, aprovados pela Anvisa. Porém, além de embelezar o jardim, as plantas podem ser utilizadas como um complemento importante e natural na prevenção e cuidados da sua casa e do meio ambiente. Experimente plantar citronela e alecrim juntos, ou melissa e manjericão, lavanda e louro, etc.

TRATAMENTO DA DENGUE

Embora não haja um tratamento específico para a dengue, é crucial buscar assistência médica ao surgirem os primeiros sintomas. Febre alta, dores musculares, dor atrás dos olhos, dor de cabeça e manchas vermelhas na pele são indicativos comuns da doença.

O tratamento da dengue é baseado no alívio dos sintomas e no esforço de evitar complicações. Isso inclui repouso, hidratação adequada e o uso de medicamentos para reduzir a febre e aliviar a dor, como a dipirona e o paracetamol. No entanto, é importante lembrar que existem medicamentos que não devem ser usados como os anti-inflamatórios à base de ácido acetilsalicílico (aspirina), ibuprofeno e naproxeno, pois eles podem aumentar o risco de sangramento. As dores causadas pela dengue podem ser muito intensas, causando grande desconforto, mas a seleção cuidadosa dos medicamentos certos pode fazer toda a diferença.

A Secretaria de Saúde faz um alerta para os medicamentos que não devem ser utilizados quando se suspeita de Dengue:

  • Antibióticos: Devem ser evitados porque a dengue é uma doença viral, não bacteriana. Os antibióticos são destinados ao tratamento de infecções bacterianas, não virais. O uso inadequado de antibióticos não apenas não seria eficaz, mas também poderia causar danos à saúde, como resistência bacteriana e efeitos colaterais indesejados.
  • Ivermectina: Este medicamento, comumente utilizado para tratar parasitas como piolhos e carrapatos, não é recomendado para pessoas com dengue, pois pode aumentar o risco de sangramento, especialmente porque a doença já afeta a coagulação sanguínea. Além disso, pode causar efeitos colaterais que pioram os sintomas da dengue e complicam o diagnóstico correto da doença.
  • Anti-inflamatórios: Medicamentos como aspirina, ibuprofeno e naproxeno devem ser evitados, pois podem aumentar o risco de sangramento, uma complicação séria da dengue. Sendo necessária orientação médica para aliviar os sintomas e controlar a condição.
  • Corticoides: Como, por exemplo, prednisona, prednisolona, dexametasona e hidrocortisona, não devem ser utilizados para tratar a dengue, pois podem piorar o quadro clínico da doença. Os corticoides suprimem o sistema imunológico, o que pode dificultar a capacidade do corpo de combater o vírus da dengue, levando a complicações graves, como hemorragias e choque hemorrágico.

Plano de Imunização Nacional

Vacina: A partir deste mês (fevereiro/2024) o Sistema Único de Saúde (SUS) tem a previsão de oferecer à população brasileira o primeiro lote da vacina Qdenga, fabricada pela da empresa japonesa Takeda Pharma. Ela é uma vacina tetravalente contra a dengue, pois protege contra os quatro sorotipos do vírus (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4).

A Qdenga é o único imunizante contra a dengue para utilização independentemente de exposição anterior à doença e sem necessidade de teste pré-vacinação. Ela está licenciada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) para indivíduos de 4 a 60 anos. E se diferencia da Dengvaxia, aprovada anteriormente pela Anvisa, que é recomendada apenas a quem já foi infectado pelo vírus. Sua eficácia geral é de 80,2% a partir de 30 dias do esquema de 2 doses, enquanto a eficácia contra as formas que requerem hospitalização é de 90,4%.

O Governo informou que “as vacinas serão destinadas às regiões de saúde com municípios de grande porte com alta transmissão nos últimos 10 anos e população residente igual ou maior a 100 mil habitantes. O público-alvo em 2024 será crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, faixa etária que concentra o maior número de hospitalizações por dengue, depois de pessoas idosas, grupo para o qual a vacina não foi liberada pela Anvisa. O esquema vacinal é composto por duas doses, com intervalo de três meses”. O Ministério da Saúde estima que 3,2 milhões de pessoas sejam vacinadas em 2024.

Panorama da Dengue no Brasil e no Mundo

A dengue continua sendo um desafio global de saúde pública, especialmente em regiões tropicais e subtropicais. Estatísticas indicam que em 2024 o Brasil enfrentará a pior epidemia de dengue dos últimos anos. Sendo que até agora já ultrapassamos a marca de 1 milhão de casos prováveis, conforme dados do Ministério da Saúde, sendo 687 óbitos em investigação e 214 mortes confirmadas.

Segundo a OMS, o surto de dengue atual faz parte de um grande aumento em escala global, com mais de 500 milhões de casos e mais de cinco mil óbitos relatados em 2023, em 80 países de todas as regiões do mundo.

O Ministério da Saúde informou que a situação no país se agravou devido ao aumento das chuvas, das altas temperaturas e em razão das mudanças climáticas ocasionadas pelo El Niño, somadas ao cenário nacional de reaparecimento dos tipos de dengue DENV-3 e DENV-4.

Diante desse cenário, a conscientização e ações de prevenção são fundamentais. Principalmente,  a colaboração entre as autoridades de saúde e a população é essencial para reduzir a incidência da doença.

Em conclusão, a dengue é uma doença séria que requer atenção e medidas preventivas adequadas. Além das estratégias tradicionais, como eliminação de criadouros e uso de repelentes, o uso de óleos essenciais como o óleo de alecrim, patchouli, cravo e citronela podem oferecer uma proteção adicional se bem utilizados. Juntos, podemos combater a dengue e promover a saúde pública em escala global.

Sobretudo, faça sua parte! Participe do dia D nacional contra a Dengue na sua cidade!

REFERÊNCIAS:

– Deng, W., Li, M., Liu, S., Logan, J. G., & Mo, J. (2023). Repellent Screening of Selected Plant Essential Oils Against Dengue Fever Mosquitoes Using Behavior Bioassays. Neotropical entomology52(3), 521–529. https://doi.org/10.1007/s13744-023-01039-z

– Zara, A. L. D. S. A., Santos, S. M. D., Fernandes-Oliveira, E. S., Carvalho, R. G., & Coelho, G. E. (2016). Estratégias de controle do Aedes aegypti: uma revisãoEpidemiologia e Serviços de Saúde25, 391-404.

– Blank, A. F., Fontes, S. M., Carvalho Filho, J. L. S., Alves, P. B., Silva-Mann, R., Mendonça, M. C., … & Rodrigues, M. O. (2005). Influência do horário de colheita e secagem de folhas no óleo essencial de melissa (Melissa officinalis L.) cultivada em dois ambientes. Revista Brasileira de Plantas Medicinais8(1), 73-78.

– do Nascimento, I. B., Innecco, R., Matos, S. H., Borges, N. S. S., & Marco, C. A. (2006). Influência do horário de corte na produção de óleo essencial de capim-santo (Andropogum sp). Revista Caatinga19(2).

– Santos, S. R., Silva, V. B., Melo, M. A., Barbosa, J. D., Santos, R. L., de Sousa, D. P., & Cavalcanti, S. C. (2010). Toxic effects on and structure-toxicity relationships of phenylpropanoids, terpenes, and related compounds in Aedes aegypti larvae. Vector-Borne and Zoonotic Diseases10(10), 1049-1054. https://doi.org/10.1089/vbz.2009.0158

Sites de notícias consultados:

– Dengue [Internet]. Ministério da Saúde. Brasil; [cited 2024 Feb 29]. Available from: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/d/dengue 

– Estado de Minas. Extrato de Alecrim É Alternativa no combate ao mosquito da dengue [Internet]. Estado de Minas. 2024 [cited 2024 Feb 29]. Available from: https://www.em.com.br/saude/2024/02/6799942-extrato-de-alecrim-e-alternativa-no-combate-ao-mosquito-da-dengue.html

– Bucis B. Extrato de Alecrim Ajuda no combate à dengue, Diz Pesquisa [Internet]. Metrópoles. 2024 [cited 2024 Feb 29]. Available from: https://www.metropoles.com/saude/extrato-alecrim-combate-a-dengue

– Walzburiech D. 11 plantas que afastam o mosquito da dengue para ter em casa [Internet]. Globo Rural. 2024 [cited 2024 Feb 29]. Available from: https://globorural.globo.com/vida-na-fazenda/como-plantar/noticia/2024/01/xo-dengue-conheca-11-plantas-que-espantam-o-mosquito.ghtml

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